Amil lançará novos planos de saúde desenvolvidos para a classe C

Atento à ascensão da classe C no Brasil, o grupo Amil fará uma grande campanha na mídia a partir de maio para lançar um novo leque de planos de saúde que agregue mais clientes desse segmento. A companhia desenvolveu um modelo diferenciado para ofertar serviços a um custo até 25% menor do que no padrão seguido tradicionalmente.

Após aquisição da Medial e de pequenas operadoras, o diretor comercial do Grupo, Norberto Birman, destaca que a empresa pretende ampliar a participação da classe média na sua carteira, que atualmente está na faixa de 15% a 20%. “A despeito de o grupo Amil estar trabalhando nas diferentes camadas da população, por exemplo, os planos One Health para a classe A, estamos prestando atenção no crescimento da classe C no País e agora temos uma linha de produtos mais interessante para competir nesse mercado com o mote de garantirmos o acesso a medicina de qualidade a um custo viável”, disse Birman, que participou nesta quarta-feira (27/04) do comitê de Saúde da Amcham-São Paulo.

A empresa, detentora das bandeiras One Health (classe A), Amil (classe B), Medial (classe C) e Dix/Amico (classes D e E), conta com 5,3 milhões de usuários, sendo um milhão de planos odontológicos, um milhão de planos médicos individuais e 3,3 milhões de planos médicos corporativos (35% referentes às pequenas e médias empresas).

Dentro do orçamento

Os novos planos de saúde elaborados com ênfase na classe C possuem preços mais acessíveis pela conjunção de uma série de estratégias. Segundo o diretor, estarão disponíveis uma rede de hospitais satélites e uma equipe de médicos que seguem protocolos de atendimento com base científica, que levam em conta as melhores práticas.

Outro diferencial é a formação de centros para atendimento a grupos específicos, como as clínicas de emagrecimento, de abordagem a problemas posturais, de imunologia, de gestação de alto risco, de planejamento familiar e para abandono do tabagismo. “Na área de dermatologia, por exemplo, reunimos jovens para orientar o conduzir os tratamentos de acne”, comentou. Dessa forma, a empresa atua na vertente preventiva e de maior efetividade dos tratamentos necessários versus custos.

Além dessas medidas, a política de coparticipação permite mensalidades mais condizentes com os orçamentos das classes emergentes. “De acordo com a utilização (consultas e procedimentos), as pessoas pagam percentuais de coparticipação na mensalidade. Criamos um núcleo de monitoramento dos pacientes para que sejam realizados os exames preventivos e que o uso geral seja mais racional, quando há necessidade médica premente.” Nos meses em que a pessoa não usa os serviços médicos e laboratoriais, a economia é de até 25%.

Cadeia da saúde

Na reunião da Amcham, Elisa Bernd, gerente de pesquisas da Ipsos Public Affairs, apresentou o Observador Brasil, uma radiografia do consumidor em 2010, realizada para a Cetelem, braço de soluções de crédito no País do banco francês BNP Paribas.

O levantamento mostra evolução da classe C, que passou de 62,7 milhões de brasileiros em 2005, para um universo de 101,6 milhões em 2010. De acordo com Elisa, a força de consumo no mercado brasileiro é reconhecida e há um clima de otimismo devido a melhora na renda familiar, criação de vagas de empregos, acesso ao crédito, movimento de bancarização e incremento das políticas sociais.

A especialista ressaltou que, depois de suprir as necessidades básicas, a classe emergente busca mais qualidade de vida, desenvolvendo hábitos mais saudáveis. Nesse sentido, há espaço para incremento nos negócios de toda a cadeia da saúde no País, desde indústrias de medicamentos, farmácias, laboratórios e hospitais a operadoras de planos de saúde.

“Existem oportunidades e cabe às empresas da área da saúde se adequarem a esses consumidores, oferecerem produtos e serviços que atendam às necessidades financeiras e de manutenção de saúde”, afirmou. Na visão de Elisa, as empresas devem analisar e buscar aproximação com os clientes potenciais porque precisam derrubar barreiras culturais. “Essas pessoas nunca puderam pagar planos de saúde. Ainda há a percepção de que esses serviços são coisas para ricos.