Plano de saúde individual virou raridade, constata PROTESTE

Os de abrangência nacional se limitam a dois e ainda assim, os preços são elevados

Avaliação da PROTESTE Associação de Consumidores com 120 planos de saúde individual e familiar comprova que o cenário não é favorável a quem precisa contratar um novo plano nessas modalidades, já que as operadoras quase deixaram de oferecê-las.

A PROTESTE constatou que, dos 120 planos avaliados, apenas 9% conseguiram obter conceito acima de 51 (nota mínima exigida para indicação da escolha certa). E apenas dois desses planos ofereciam cobertura nacional, ambas da operadora Unimed Goiânia. Os demais limitavam-se à cobertura, no máximo, estadual. Os preços elevados e as poucas opções de rede credenciada, em muitos casos, prejudicam os consumidores interessados na contração de um plano.

Há sete anos, quando a PROTESTE começou a fazer estes levantamentos anuais, mais de 50% dos planos analisados tinham abrangência nacional. Hoje, esse percentual não chega a 25%.

Já os planos que englobam grupos de municípios apresentam crescimento constante. A abrangência de um plano é um fator importantíssimo para quem viaja a trabalho.

Para os moradores de Goiânia, o plano UniBrasil (Unimed Goiânia) é a escolha certa. Apesar de ser um plano nacional, a maior parte de sua rede credenciada está no estado de Goiás.

Para os estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Ceará, não houve escolha certa, pois nenhum plano conseguiu cumprir todos os requisitos necessários. As opções com melhor custo-benefício para essas regiões foram os planos Assim (Ideal - Rio de Janeiro), Samp (Pleno - Espírito Santo) e HapVida (Nosso Plano - Ceará).

Os individuais seriam a melhor opção, por terem o reajuste estipulado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), mas a escassez da oferta tem levado muita gente a optar pelos planos coletivos. O que nem sempre é uma boa ideia, porque os reajustes são por variação de custo e as operadoras podem cancelar o contrato unilateralmente a qualquer momento.

Com a preocupante situação da saúde pública, muitos brasileiros aderiram aos planos de saúde nos últimos anos. Contudo, a crise econômica que assola o País tem elevado muito as taxas de desemprego. E o brasileiro demitido perde, além da renda, o plano de saúde, um dos mais importantes benefícios muitas vezes concedidos pelos empregadores. Mais de 1,5 milhão de brasileiros deixaram os planos de saúde nos últimos 12 meses.

Para discutir este panorama, a PROTESTE reunirá especialistas brasileiros e do exterior no próximo dia 30 de agosto, em São Paulo, no XIV Seminário Internacional

fonte: proteste.org.br.