Planos evitam cirurgia para pessoas obesas

Pacientes que precisam fazer redução de estômago encontram dificuldades com as operadoras de saúde

A vendedora Rosemeire Ribeiro de Oliveira, de 48 anos, conseguiu na Justiça, em agosto deste ano, o direito de realizar uma cirurgia bariátrica (redução de estômago). O caso da vendedora teve complicações quando o plano não cumpriu a liminar em agosto do ano passado. Somente um ano depois ela conseguiu uma nova liminar e, finalmente, o plano autorizou a cirurgia.

Nesse período de espera a saúde de Rosemeire piorou, resultado dos atuais 145 kg, e, agora, ela não pode operar. “Estou com problemas graves de diabetes, pressão alta e refluxo. Eu não tinha nenhuma alteração no ano passado que me impedisse de fazer a redução. Não sei quando vou poder operar”, contou a vendedora.

O advogado especialista em direito da saúde Marcelo Gallego afirma que os planos de saúde só olham a parte financeira do momento. “Eles não querem saber se essa pessoa gastará muito mais em serviços de saúde por causa da obesidade. O que os planos não querem é desembolsar R$ 30 mil logo de cara”, explicou o advogado, que também já passou por uma redução de estômago.

Obrigação/ Segundo a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), o plano de saúde é obrigado a cobrir a cirurgia bariátrica em pessoas entre 18 e 65 anos, com falha no tratamento clínico realizado por, pelo menos, dois anos, que tenham obesidade mórbida há mais de cinco anos e o IMC (Índice de Massa Corpórea) entre 35 e 39,9 (com doenças associadas) ou igual ou maior que 40.

Postos de saúde são o caminho para a operação pelo SUS

Quem deseja se candidatar à cirurgia bariátrica pelo SUS deve procurar a UBS (Unidade Básica de Saúde) mais próxima de casa. O paciente passa por uma consulta com um médico, que o encaminhará a um especialista, caso seja necessário.

Se houver indicação cirúrgica do especialista o pedido é encaminhado via Siga (Sistema Integrado de Gestão da Assistência à Saúde) para as unidades reguladoras que fazem o agendamento em hospitais municipais ou conveniados à Secretaria Municipal da Saúde ou, ainda, via Cross (Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde), nos hospitais estaduais. Como a cirurgia bariátrica é considerada de alta complexidade, a regulamentação é feita pelo estado.

fonte: diario sp.com.br